A empresa mais poderosa dos streamings mundiais anda atravessando uma crise sem precedentes: perdeu mais de 1,2 milhões de assinantes só no primeiro semestre de 2022.
Para aliviar os custos, a Netflix demitiu aproximadamente 450 funcionários.
Para ter uma ideia melhor das dificuldades enfrentadas pela organização, o número de demitidos foi 316, sendo 216 pessoas nos Estados Unidos e Canadá. Já na Europa e África foram 53 despedidos, enquanto a Ásia e a América Latina tiveram 30 e 17 pessoas cortadas, respectivamente.
Ainda que as notícias não sejam nada boas, sempre há como melhorar a situação. O principal, no momento, é entender como aliviar a crise na Netflix e as possíveis mudanças de direcionamento na empresa. Se você quer compreender mais sobre esse assunto e o que esperar para o futuro, confira abaixo esse artigo que preparamos!
O seu nascimento
A Netflix nasceu em 1997 nos EUA. Inicialmente, ela funcionava como um serviço de entrega de DVD pelo correio. Já em 1998, foi criado um site da própria organização com intuito de ajudar a cumprir esse objetivo. Um ano depois, é que o serviço de assinatura ficou instaurado: você poderia alugar filmes sem um limite mensal ou pagar multas por eventuais atrasos.
“A” pioneira na área
Para quem não sabe, a Netflix foi a percursora no modelo de negócios considerado totalmente revolucionário: em 2007, ela começou a oferecer um serviço de streaming independente do aluguel de DVD. Qualquer pessoa residente nos Estados Unidos poderia contar com um catálogo de filmes e séries online, sem precisar armazená-los e pagando uma taxa acessível.
Já em 2011, o serviço passou a ser oferecido no Brasil, mesmo ano em que Smart TVs passaram a ter em seus controles remotos, botões que acessavam direto à plataforma. No mesmo ano, surgiu o acesso via aplicativos para consoles e dispositivos móveis, com sistema operacionais iOS e Android.
Entendendo a crise na Netflix: o estrondoso sucesso
O grande sucesso da marca veio mesmo em 2012. A partir da decisão de começar a criar um conteúdo próprio, a Netflix passou a ter um crescimento de 750% no número de assinantes no planeta Terra inteiro.
Algumas das produções originais e de grande sucesso de público e crítica, começaram a ser transmitidas em 2013, como: House of Cards (tendo como protagonista o ator ganhador do Oscar, Kevin Spacey) e Orange is The New Black (baseado em um livro de memórias de Piper Kerman, sobre sua vida na prisão). As duas produções foram indicadas ao Emmy, isso favoreceu em muito a popularização do streaming.
Melhorias na experiência
Com o passo do tempo, a Netflix passou a investir em melhorias em suas ferramentas. A partir de 2016, o download foi adicionado, permitindo, assim, o acesso offline. Já em 2017, foi criada a possibilidade de pular a abertura das produções. Ano seguinte, pensando na segurança dos pequenos usuários, um bloqueio por meio de um PIN foi oferecido como recurso de controle aos pais.
Com a chegada na nova década, foi criado o TOP 10 que é uma lista com os conteúdos mais assistidos pelos usuários, facilitando a busca em meio a tantos títulos do catálogo.
Altos investimentos
Claro que para acompanhar essas melhorias, tanto na experiência dos usuários como na produção de conteúdos originais, a Netflix fez investimentos pesados. Entre os anos de 2019 e 2021, foram gastos 55 bilhões de dólares americanos (ou R$ 268 bilhões) apenas para suas produções. Com isso, é surpreendente saber que a empresa só teve seu primeiro lucro no final de 2021.
Para essa expansão, o único meio possível foi através de venda de títulos de dívidas, impulsionada pelos juros baixos norte-americanos, além de investidores surpreendidos pelo sucesso contínuo da plataforma.
Desgaste
Como já esperado e presenciado, o modelo de negócio da Netflix acabou sendo por copiado por outras empresas, por conta do mercado em constante ascensão. Algumas com preços extremamente acessíveis, como o caso Amazon com a Prime Video. Outras passaram ter todo seu catálogo de sucesso, no caso da Disney, apenas disponível em seu próprio streaming.
Além disso, todas essas empresas citadas acima, além da HBO, Apple e Paramount passaram a investir pesados em suas próprias produções, aumentando a concorrência no mercado. Para dificultar a situação, com a inflação decorrente da pós-pandemia e da Guerra na Ucrânia, corroeu o poder de compra dos consumidores ativos e potenciais de qualquer plataforma. Para piorar, houve aumento no valor da assinatura da Netflix.
Entendendo a crise na Netflix: reformulações
Por conta da crise, a empresa decidiu implantar novas estratégias para poder não somente suportar o atual momento, como, também, virar a mesa ao seu favor. Confira algumas dessas mudanças!
Cancelamento de séries originais
A exemplo da Sense8, que chegou a ser cancelada abruptamente após duas temporadas, por conta do alto investimento e pouco retorno do público em 2017. A Netflix deve usar a mesma estratégia com diversas produções extremamente caras e que não estejam compensando o valor investido, mesmo com milhões de fãs pelo mundo.
Cobrança extra por senha compartilhada
Já está em teste em alguns países da América Latina, uma taxa para a utilização de uma mesma conta em endereços diferentes. Os valores são 2,99 dólares, o que é pouco mais de 16 reais na conversão. A regra é que os usuários não poderão passar mais de duas semanas usando a mesma conta em mais de uma casa diferente. Caso o prazo vença, o assinante terá a opção de permitir a cobrança ou não. Essa regra ainda não há previsão de chegar ao país.
Acordo com a Microsoft
Com a intenção de oferecer uma modalidade de assinatura mais acessível aos consumidores, a Netflix fechou um acordo com a Microsoft para que a empresa de Bill Gates faça anúncios na plataforma. Essas propagandas podem acontecer ainda nesse ano. Em contrapartida, a Microsoft oferecerá inovações tecnológicas e comerciais, além de uma maior proteção ao serviço.
Conteúdo muito mais pop do que cult
Através de análises ao longo dos tempos, existe a necessidade que a Netflix coloque em foco conteúdos com apelo mais popular, atraindo um público maior do que o convencional.
Por conta disso, filmes e séries mais restritivos como Roma e a alemã Dark, que podem receber os títulos de cults, passaram a não serem mais produzidas. Já produções rápidas, como Eu Nunca… ou até mesmo, questionáveis, como 365 Dias, ganham mais espaço.
Restrição do conteúdo assinado
Essa é uma das possíveis alternativas da empresa, a de ter conteúdos mais restritivos aos assinantes considerados como “premium”. Caso o assinante queira pagar um valor mais acessível, eles optarão por um plano com catálogo menor e com maior publicidade em suas produções.
De todas as mudanças, essa é a ainda uma leve teoria do que pode acontecer, já que a empresa está conversando com alguns estúdios sobre o novo produto. Mas executivos acreditam que a maioria das pessoas que assinam a plataforma, aceitariam facilmente a nova modalidade.
O que esperar do futuro da Netflix?
O que você acha das estratégias de mudança no streaming? Você concorda com as alterações discutidas pelos executivos? Aproveite e deixe suas impressões sobre a crise na Netflix e o que você faria para ajudar a gigante dos streamings!